Modalidades de ensino durante a pandemia

12, agosto de 2020

Modalidades de ensino durante a pandemia

A resiliência é a palavra-chave que vem norteando o sucesso das instituições educacionais.

 Artigo produzido por Pablo Lira | Doutor em Geografia, Mestre em Arquitetura e Urbanismo, pesquisador do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e professor da Universidade Vila Velha (UVV)

 

No contexto da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) uma das medidas mitigadoras amplamente colocada em prática nos países e nos estados brasileiros foi a suspensão de aulas presenciais. Na fase de intensa disseminação da COVID-19, essa ação contribuiu para aumentar o isolamento social, o que possibilitou o enfraquecimento da cadeia de transmissão da doença.

No Espírito Santo, tal suspensão foi implementada prudentemente no mês de março, quando o contágio comunitário ainda não tinha se estabelecido no estado. Naquele período, pouco se conhecia a COVID-19. Os casos confirmados iniciavam uma tendência de crescimento exponencial. A eficácia da adoção de medidas de prevenção, como o uso de máscaras, não era consenso entre especialistas.

No ambiente educacional todos foram surpreendidos no início do ano letivo. Professores e alunos passaram a temer os riscos de contaminação. Os óbitos que eram noticiados pela imprensa na China e depois na Europa, rapidamente passaram a ser reportados no Brasil. O medo potencial da COVID-19 se transformou em medo real nos estados brasileiros.

Em fevereiro, lembro que durante minhas aulas na Universidade Vila Velha (UVV) alguns de nossos alunos demonstraram preocupação com a chegada da doença no território brasileiro. Antes do decreto de suspensão das aulas, assertivamente a universidade adotou protocolos de segurança e orientações para a conscientização da comunidade acadêmica, como por exemplo, a abertura de janelas e portas das salas de aula, reforço na comunicação sobre a relevância das etiquetas respiratórias e de higienização das mãos e cancelamento de eventos com aglomeração de pessoas.

No mês de março, com o decreto de suspensão das aulas no ES, as escolas e Instituições de Ensino Superior (IES) se depararam com um cenário desafiador. Como manter as atividades educacionais de forma não presencial? Algumas instituições educacionais não possuíam as condições necessárias para colocar de pé o ensino não presencial. Outras apresentavam infraestrutura tecnológica e desenvolveram metodologias para dar sequência ao ano letivo por meio do ensino remoto emergencial.

De acordo com o Professor Paulo Tomazinho do grupo Moonshot Educação, esse tipo de ensino se difere do Ensino a Distância (EAD). O EAD depende de módulos de conteúdos previamente padronizados, de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e da figura de um tutor que faz a intermediação virtual dos conteúdos com os alunos. O ensino remoto emergencial apresenta uma sutil diferença com o EAD. Nele a interação é maior, as aulas presenciais são realizadas virtualmente sem o suporte do AVA. Os conteúdos são ministrados online pelos professores que lecionavam os mesmos materiais presencialmente. Com dois meses de suspensão das aulas presenciais durante a pandemia, o caráter emergencial das aulas evoluiu para o ensino remoto intencional ou programado.

A UVV foi uma das instituições que se lançou nessa última modalidade. Em um curto espaço de tempo, professores e alunos passaram a interagir por meio das aulas virtuais. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como as plataformas de videoconferência, de portais acadêmicos e de armazenamento na nuvem, contribuíram com o bom andamento dos trabalhos. As atividades acadêmicas não foram interrompidas, o primeiro semestre letivo foi concluído na UVV com a união de esforços do corpo dirigente, docente e discente. A resiliência é a palavra chave que vem norteando o sucesso das instituições educacionais em tempos de pandemia. Unindo essa virtude às soluções de TICs, o processo de ensino e aprendizagem tende ser potencializado.

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