Um dos pontos turísticos mais famosos de Vitória ganhou notoriedade internacional. Através do olhar de Ana Luzes, a série “Só se afoga quem sabe nada”, fotografada na Ilha das Caieiras, participou da exposição Bridging Horizons: Brazilian Photography Today, em Nova Iorque.

O convite veio por meio do curador da exposição, Paul Clemence, após acompanhar a exposição da artista no conservatório sobre imagens periféricas no Consulado do Brasil, no México. Foram selecionadas duas fotografias, “que falam sobre a liberdade do ponto de vista e variedade da perspectiva”, afirma Ana Luzes.

Para Ana Luzes, a fotografia tem o poder transformador de comunicar e abrir caminhos.

“Enquanto mulher preta e fotógrafa documental, sinto que a importância de alcançar um lugar que parece tão distante me trouxe a liberdade de sonhar e querer alcançar cada vez mais espaços. Espero que meu trabalho liberte e inspire a produção de novas artistas da comunidade, principalmente do Morro do Quadro. A favela ainda não venceu, mas um passo transforma toda uma jornada” disse a fotógrafa.

Nascida e criada em uma comunidade, em Vitória, a sua principal fonte de inspiração é o local onde vive. “O Morro do Quadro juntamente com Instituto Serenata d’Favela são assuntos que estão presentes em todas as minhas fotografias. Não só como protagonistas, mas como pertencentes à estética que o mundo precisa conhecer “, comenta a artista.

TRAJETÓRIA DE ANA LUZES

Durante a infância, foi considerada uma criança tímida e observadora. Aos 13 anos, começou a registrar o seu cotidiano através de uma câmera de celular, onde descobriu uma forma de se comunicar com o mundo.

Em 2018, ingressou no curso de Fotografia da Universidade Vila Velha (UVV). Entre as atividades extracurriculares que ela participou durante a vida acadêmica, estão monitoria de Iluminação e Fotografia Básica e participação na produção da mostra fotográfica Foto Síntese.

Concluiu sua formação em 2020, e desde então, vem inspirando diversos jovens e encantando o mundo através do seu trabalho.

Texto por Natasha Lopes