Você sabia que o arroz integral brasileiro possui altos níveis de metais pesados, seguido pelo arroz parabolizado e polido? Mas isso não significa que há risco de contaminação para os seres humanos. O arroz é uma das principais fontes de alimento para os seres humanos, sendo considerado o segundo cereal mais cultivado no mundo
Em uma pesquisa de conclusão de curso, produzida pela aluna Jhoucely Runge, do curso de Engenharia de Química, foi constatado que os metais encontrados nas amostras analisadas estão em conformidade com o permitido. No seu TCC, “Análise multi-elementar de grãos de arroz por icp oes e classificação por tipos de processamento”, foram estudadas cinco marcas nacionais de arroz, encontrados em estabelecimentos comerciais da Grande Vitória e buscou analisar a concentração dos elementos As, Ba, Ca, Cd, Co, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Sb, Se, Sn, Sr, V, Tl e Zn.
Os elementos em abundância encontrados foram o potássio (K) e Magnésio (Mg). As amostras de arroz integral apresentaram os níveis mais altos para a maioria dos elementos, seguidos de amostras de arroz parabolizado e por fim o polido. “Mostrar à comunidade como os tipos de processamento que o arroz é submetido pode afetar na qualidade nutricional. O arroz polido muitos gostam mais por ser branquinho, mais gostoso, mas como ele sofre o processo de polimento, e quanto maior for esse polimento maior é o número de camadas perdidas e maior é a perda de minerais e nutrientes no arroz polido”, afirma Jhoucely.
A pesquisa, que foi orientada pela professora Luciana Brunhara, resultou na publicação de um artigo na revista internacional Food Chemistry. A Food Chemistry and Mathematics foi criada em 1976, é publicado 24 vezes por ano e contempla trabalhos de referência internacional.
O artigo produzido pela Jhoucely recebeu classificação Qualis A1, para a área de Nutrição, e Qualis A2 para a área de Química. Essa classificação segue critérios previamente definidos pela área, procurando refletir a importância relativa dos diferentes periódicos para uma determinada área. Além da boa classificação, o artigo rendeu dois convites internacionais para dar palestra em dois Congressos Mundiais sobre o tema do trabalho, um em Cingapura e outra em Praga, na República Tcheca.
Para a professora Luciana Brunhara, a publicação em jornal internacional projeta o seu alcance e aumenta o público que terá acesso à pesquisa. “Uma publicação em jornal internacional, além de enriquecer o currículo do aluno e do professor, valoriza a instituição que proporcionou a realização do trabalho”, explica.
“Fiquei muito feliz do meu trabalho se enquadrar nesse grau elevado de excelência que a revista possui, e receber esses convites internacionais para dar palestra, isso mostra como o trabalho teve uma repercussão positiva, e como o esforço vale a pena quando se faz com amor. A UVV foi fundamental no aprendizado desde o início da graduação, sempre oferendo uma visão ampla do mercado de trabalho. As aulas e professores sempre muito comprometidos e incentivadores foram todos essenciais”, conta Jhoucely.
Parabéns pela dedicação, meninas!